O anúncio de que a conta de luz vai ficar cerca de 30% mais cara no próximo mês já deixou consumidores preocupados. O aumento, que vigora desde sábado, promete encarecer a conta e pesar no orçamento doméstico. Na semana passada, a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) confirmou o reajuste de 28,86% para os clientes da AES Sul, que atende Santa Maria e a maior parte dos municípios da Região Central. A Nova Palma Energia, que abastece outros oito municípios da região, também teve reajuste aprovado: nessas cidades, as contas residenciais ficarão 22% mais caras.
Mas como escapar do reajuste de um bem tão necessário no cotidiano das pessoas? O jeito é mudar hábitos. Para o engenheiro e professor da PUC-RS Odilon Francisco Pavón Duarte, medidas simples podem fazer a diferença, como o uso de lâmpadas fluorescentes, que economizam cerca de 75% no consumo.
Ele também chama a atenção do grande vilão da conta de energia doméstica: o chuveiro, que representa em média 30% da conta de energia elétrica. A dica, conforme o professor, é regular o aparelho para temperaturas mornas quando o clima não for tão frio. A compra de chuveiros mais modernos, com maior controle de temperatura, também são indicados.
A aposentada Giselda Vieira, 68 anos, avisa que já começou a mudar hábitos para evitar maiores gastos.
- O tempo no banho não dá para mudar. Agora, tenho aparelho de ar-condicionado. Mas no inverno, vou usar mais a lareira para aquecer a casa. As lâmpadas antigas (as incandescentes, amarelas), eu venho trocando por aquelas econômicas (as fluorescentes) - fala, em tom de ensinamento.
No comércio, peso do aumento pode ser difícil de ser driblado
Para alguns comerciantes, a mudança de hábitos é quase impossível. Elenir Pimentel, 39 anos, é proprietária de um mercado no centro de Santa Maria junto com o marido. Ao todo, são 20 freezers e dois aparelhos condicionadores de ar de 60 BTus ligados ininterruptamente.
- No inverno, até dá para diminuir o uso de ar. Mas quanto à refrigeração de alimentos não tem o que fazer. O jeito é encarar o gasto - conforma-se Elenir, que prevê um salto de até R$ 750 mensais na conta atual de energia de R$ 2,5 mil da empresa.
Se no comércio a economia é um desafio, em casa ela é mais fácil de ser aplicada. Além dela e do marido, vivem na moradia da família dois filhos. Entre as medidas adotadas por Elenir para reduzir o gasto com a conta de luz estão algumas regrinhas básicas como o cuidado com aparelhos ligados.
- A televisão fica ligada sem ninguém assistindo. Isso é algo que dá para mudar. Vamos ter de aumentar a vigilância para gastar menos em casa - prevê a comerciante.
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